March 23, 2011

Páginas soltas.

Há memórias que gosto de conservar. Porque no fim, tudo o que nos resta são as memórias. As pessoas vão e vêm, os momentos são fugazes, instantâneos, a matéria desfaz-se em pó deante dos olhos e mesmo a própria memória falha. Enquanto sobreviver vou juntando pedaços dos outros e pedaços de mim que me roubaram, agarrando-me em linhas de suporte tão frágeis quanto cristais de gelo em perpétuo e previsível destino de retornar ao liquido.
Permite-me que te cite sem que saibas para que mais tarde eu possa olhar para trás e lembrar-me de um instante em que tive a única pessoa que me garantiu que não ia morrer sozinho.

A consequência da circunstância é privativa da Felicidade até que ponto? Somos o que fomos, o que fizeram de nós e o que nos tornamos mas, nunca deixamos de ponderar, a certa altura, o que aconteceria se a circunstancia fosse diferente. Se não fosse de determinada maneira, o que aconteceria se a circunstancia fosse diferente, ou de determinada maneira ou se cronologicamente, noutro ponto da nossa (e da outra) vida...

"Por vários momentos fixamos o olhar como que a encurtar o espaço físico... a barreira pesada do querer ter, possuir e poder viver! Frustrantes e prazerosos instantes que nos tornavam "simultâneo", para depois acordar para o mundo acordado e embaciado. Perder-me no Verde saciando o meu simples Castanho... Do nada, surpreendido por ti, por mim e pelo que nunca tinha sido dito!"

Mais uma vez, forçosamente, o retorno. Alguém é sinonimo de independência de posse. Traduzindo, se nem a matéria inanimada chega a ser verdadeiramente nossa, como é possivel querer ter alguém, se alguém traduz-se em algo que não pode ser encaixado em simultâneo com um determinante de posse? Ou seja... Duas questões:
Até que ponto temos realmente posse de alguma coisa? E como podemos querer algo como nosso, se esse algo não pode ser assimilado como ser de alguém (porque ninguém pode ser de alguém) e tendo em conta o paradoxo circunstancial que, esse alguém (que não pode ser de ninguém), já pertence a alguém e a alguma coisa?

"Queria ser mais mágico para contrariar o real e o metafisico... controlar para poder escolher simplesmente, ser escolhido... porque afinal, tudo se resume a escolhas e eu sinto que unicamente, eu nunca sou opção viável numa das minhas matrizes de eleição!"

H. Bastos

Hoje sou Eu quém te diz 'Tem um bom descanso nessa realidade do sono, onde tudo é possível... Que os teus sonhos sejam mágicos tal e qual tú, porque dessa forma, eu sei que o teu sono é perfeito! Até já! Beijo enorme! '.

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