August 25, 2011

Eu? Animal.

Estou suado. Há semanas que não toco em mim. Há semanas que não sinto a carne, o calor. O tesão de sentir algo a agarrar-me (ainda que seja apenas eu). O toque… O toque é do que sinto falta. O sexo em si, o orgasmo não me diz muito. Nunca fez muito sentido. Mas o toque de lábios, o sentir duas caras encostadas, o calor de um corpo tocado de outro, trespassando a roupa e enchendo o ar com o cheiro estranho e, ao mesmo tempo familiar. Mas a vontade… O corpo pede sempre mais. Mais toque, diferente toque. Vontade de despejar a energia com outro corpo sem perguntas, sem complicações sem ter que perceber que posição gosta e apenas fazer o k tenho vontade. Isso ainda há mais tempo. Não um 'até amanha' ou um 'liga-me'. Mas depois de algo vem sempre a pergunta, a vontade e o querer tocar. E um orgasmo já não chega. Quero outro. E outro. E outro. E o corpo já não acompanha a insaciável mente; vontade. E aí? E aí nada mais resta que reprimir a vontade e, quando a janela de oportunidade se abre aproveitar tudo o que se pode enquanto se tem. A mente manda sempre no corpo. Mas às vezes até a mente manda na própria mente. A mente controla a vontade de sexo desenfreado porque, se assim o fosse, nada mais existia. É apenas uma tentativa de controlo, e a isto se resume a vida.

A alguém que não conheço, nunca vi nem falei mas que sei que entende cada palavra.


Maxwell R. Black
August 25, 2011
10.31pm

August 19, 2011

Rodando qual Nave.

Para, escuta, olha
Sente o peso do metal que no metal ressoa,
qual martelo de Ferreiro de brasa empunhado
à força bruta como metáfora
De vía perdida mas sempre recta
e onde os desvios são coisas abstractas:
um contínuo apenas, um talvez de mudança.
Com um regular pulsar de organismo
aguardo cada batida como de primeira;
uma nova, e outra, e outra…
que para ti que não vês te soam iguais
mas que cada uma é única ao Tempo.
Única, é a palavra.
De viagem em metal se cobre tal paisagem
sempre inconstante mas sempre bela
Realidade única como cada instante
fugaz em liberdade de vida
ausente em significado mais que o que se vê (sente)
e cujo verso é tão efémero e impossível
quando o soar da buzina que se perde
em ecos por entre os vales cobertos de verde
e de onde surgem pequenos vultos
mascarados pela distância e perpétuo movimento
pela via.
Cada metro torna-te mais senhora
de imponente importância
e a cada único sentido
Range, contorcendo-te pela dor que
te assenta em cama a cada instante.
Sente cada batida por entre soltas
de saída e entrada constante.
Freia-te quando em vêz para que não mais
te desgovernes adeante e, por fim,
quando o ponteiro negro tocar o outro
será a tua entrada pela velha pedra de moldura
que te resguarda e de onde te sentirás leve
uma vez mais, sem que os pecados estranhos
te assolem, largados ao vento da agora calma visão.
Se teu Braço de Aço roçar alguma vez mais
a plana do passado então terás em ti teu propósito.



Maxwell R. Black
July 31 and August 19, 2011
05.26 am and 2.49 am respectively.