April 27, 2010

Atlas

N’um dia tão simples de quem se despede para voltar ao dia seguinte, olhei uma gota de chuva que caia do céu com um triste sentir de quem se sente só. Quando senti o seu toque de orvalho não resisti ao tê-la para mim. Embalado pelos relampejos ao relento, vi que o altruísmo me corrompeu a alma. Hoje sou eu quem sente o teclar das cordas surdas da tristeza, o perder do que mais quero ter em mim; saudade de não ser o inesquecível paradigma da vida. Sentido de pesar que me entra a alma e distorce qualquer realidade n’aquilo em que vejo. Porque quem seguio em frente largou também a memória do que, à mão passada do relógeo fora. Foi então que o aguaceiro de Verão me tocou a face com o impacto dos cavalos que cessam a marcha de seguida. Projectado, cai em pleno relvado de natureza, vendo as formas cinza e brancas acima atirando contra mim flechas de gelo sem forma. Senti de novo um mundo inteiro por trás de mim, movendo-se à velocidade de mil balas por entre o váquo. Senti a fina camada de ar que me separava do gigante à obliteração e que, em si, era um mundo. Anseei para que a lama em torno de mim me absorve-se para me sentir uno com tudo. E, tão depressa como veio, foi. Largando em seu rasto diamantes puros espalhados como a olhar para mim de volta, retornando-me ao que perdi.

Maxwell R. Black
24/ 27 April, 2010

April 18, 2010

Como se hoje fosse apenas um mais.

A pergunta que nunca chegou a deixar-me
retorna, á tua forma.
Porque eu nunca soube o que era a tua essência,
tão escondida à luz que te esqueceste o que era ser humano.
Fizeste com que eu me deixa-se sentir o toque
da felpuda lã ao cachecol de Inverno e partiste
ao último raiar da nocturna eterna.

Porque agora,
ao passar o meu dedo ferido por cada trajecto que fizemos
é como se o último fôlego de vida de súbito me largasse
e o ar escasseia-se aos meus lábios pelas salgadas lágrimas
que o humedecem como uma chuva de Verão rega os prados de vida.

É o sentido de te perder que me arrefece a mente
e me deixa solo, nas eternas questões sem resposta de quem ama
quem não ama.
Porque contigo foi a primeira viagem ao cume do mundo,
olhando a foz do eterno rio salgado
ao brilho encerado do sol de fim de tarde
que testemunha a intimidade perdida de creança que teimaste em perder.

Salgado rio que me conhece a vida melhor que ninguém
porque, vejo agora, testemunhas-te toda uma.
Se, em tempos bradariam por ruas fora a lançarem-se-te,
a mim foste o passivo espectador que observa todo um palco de infames
desventuras banais que a todo imponente lhe parece.

Ao último crepúsculo olho aos amarelos que ainda
me recordam e, à noite, ao ouvir a maré-alta quebrar-se ao entrar o porto,
fecho os olhos e sinto as memórias acariciarem-me o rosto
nas esperança que a brisa de seda as leve da mente.

Maxwell R. Black
April 18, 2010
09.58pm

April 11, 2010

Cause today--

Cause today I wanna scream my lungs out!! I wanna shout to the world to go fuck itself! I wanna jump, I wanna run! I wanna drink 'till I pass out, I wanna go to the disco and feel the music pumping inside my stomach. Cause today I'm gonna hear the same freaggin music as loud as I can on repeat mode! Cause today I wanna feel the wind in hair, I wanna jump from a bridge and fly my own plane! Today I could do whatever I couldn't any other day. Cause if I wasn't broked, today might have been a good day. Cause today I would have been laughing my heart out with my best friend had i had one, had this been a good day. Today, I would have found you again on the subway and befriends with you right there, to last two single train stops :) And the day would end while I would for the train back home, with unexpeted firework with the moon, the river and Orion as background. I would if I could kiss a complete stranger, give a 5€ bill to a beggar and repeat whatever my friend wispered to my outloud, in a room full of strangers :P I miss having good days. I miss loads of things-- But I cannot allow myself to think of it. Damn it, I cannot allow myself to anything that is in the past. Forwards! Jumping to the freaggin music! So please, live your perfect day! For me, for us! Jump, laugh, be with your people, party 'till your feet hurt and drink 'till you can't think straight no more! Today, tonight is all that metters, all there is! Don't let it pass, cause there may not be a tomorrow.

Enjoy my imaginary hypothetical good night! Better yet! Enjoy YOUR perfect day :)

Maxwell R. Black
April 11, 2010
03.40pm

I gotta--

I gotta Feeling


Porque cada vez que oiço esta música me lembro de ti. Porque a associei a estarmos naquele carro, ao meu cachecol-- Merda! Porque cada vez que a oiço o meu mundo ainda pára para que as lágrimas me escorram pelo rosto; que fecho os olhos e me esforço para que elas não o façam-- Porque tenho que sair da discoteca para que ninguém me veja-- À minha memória crua e exposta. Porque é degradante o quão baixo se rasteja por algo que não era suposto ser, mais uma vez, algo que deixei que me chegasse fundo quando conhecia o anunciado fim. Mea culpa por quere-te...

Maxwell R. Black
April 11, 2010
05.55am

April 06, 2010

Accordei hoje com a triste hestória de Chio Chio-San em memória.

Un bel dì, vedremo
levarsi un fil di fumo
sull'estremo confin del mare.
E poi la nave appare.
Poi la nave bianca
entra nel porto,
romba il suo saluto.

Vedi? È venuto!
Io non gli scendo incontro. Io no.
Mi metto là sul ciglio del colle e aspetto,
e aspetto gran tempo
e non mi pesa,
la lunga attesa.

E uscito dalla folla cittadina,
un uomo, un picciol punto
s'avvia per la collina.
Chi sarà? chi sarà?
E come sarà giunto
che dirà? che dirà?
Chiamerà Butterfly dalla lontana.

Io senza dar risposta
me ne starò nascosta
un po' per celia
e un po' per non morire
al primo incontro;
ed egli alquanto in pena
chiamerà, chiamerà:
"Piccina mogliettina,
olezzo di verbena"
i nomi che mi dava al suo venire. 
Tutto questo avverrà,
te lo prometto.
Tienti la tua paura,
io con sicura fede l'aspetto.


'And you begin to wonder why you came

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night'


Some people do change. But change is not withough responsibility. You change and you have to face whatever comes (and whomever goes). And if you go you have to learn how not to be there, how not to say what you thing. You have to learn you've lost your right to do so. Change for the good or for the bad? Well, that really depends on which side of the fence are you doesn't it? You just have to realise that not everyone walks at the same speed. Some do not move at all. How do I face it? How does a brother loses a sister in a pear, one in a ship to go across the Atlantic, the other in terra-firma for eternity? He just shakes his white handkerchief and smiles for she is looking for a better future for her. But there is a time when you stop grieving and accept your loss.
Choice comes with responsability.

Maxwell Black
April 06, 2010


April 01, 2010

Em resposta a um texto sobre tempo, pelo Alex:

É raro eu fazer comments seguidos mas fiquei a pensar no assunto (e não me pôs no melhor dos humores).
O tempo passa tão rápido que não damos conta. N'um piscar de olhos saltamos anos em frente, saltamos vidas. Vidas que passam por nós e vidas que deixam de fazer sentido connosco. E, depois, olhamos para trás. Nas alturas em que precisamos de recuperar o fôlego para continuar a luctar em frente paramos. Paramos e olhamos para trás e não vemos nada. Nada do que aconteceu nesse tão longo tempo que tão depressa passou, ficou. Quando o tempo passa nada fica: os amigos vão-se, os corações por onde navegaste, a cama que partilhaste, os bons e os maus momentos onde mentes se tocaram, onde se complectaram. Tudo morre e tu ficas solo. Porque é isso que acontece ao fim da vida: tornas-te numa concha. Uma concha oca e cheia de memórias apenas. Tudo o que está a tua volta morre. As plantas crescem de novo mas não são as mesmas. Nenhuma folha de relva é a mesma. Porque enquanto ficas aqui e olhas para o que te tornaste pensas: valerá apena continuar em frente para ser uma tosca concha vazia de tudo? E é aqui que estamos. É este o impasse onde navegas durantes uma eternidade. E até aqui o tempo não pára. E quanto mais tempo não fazes nada, mais rápido ele te pássa, mais olhas em volta e nada vez, mais te afundas sem que consigas fazer algo. Até que o teu último fôlego deixa a tua carcaça agora podre de memórias e apenas morres. Cá fora, tudo na mesma: quem te tocou em tempos zarpou para longe já e tu mesmo não passas de uma leve memmória: o What's-his-name back when I was a child... Não sei como continuar sabendo que sou apenas uma leve memória que depressa se perderá no baú de memórias. Mas sei que tenho que continuar. Prque, no fim, é um instinto primordial de sobrevivência. Luctas porque não queres morrer e vives num constante limbo: nem vida, nem não vida. O tempo pássa e não pássas de uma memória.


Maxwell R. Black
April 1, 2010
05.53pm

Today: me

I'm the rebound guy. Sou o gajo de hoje mas que hamanhã não existe. Sou a efémera gôta de chuva que molha para seccar em seguida; um grão de areia numa praia; uma milésima em billiões de vidas. Uma misera brisa de vento que, não notada, lógo passa sem que se fique em memoria... um nada num extremmo tão grande quanto possivel a mente abarcca. 1. mas um misero zero.
Quero algo... mas que quero eu?

Hoje, este sou eu.

Maxwell R. Black
April 1, 2010
12.38am