April 18, 2010

Como se hoje fosse apenas um mais.

A pergunta que nunca chegou a deixar-me
retorna, á tua forma.
Porque eu nunca soube o que era a tua essência,
tão escondida à luz que te esqueceste o que era ser humano.
Fizeste com que eu me deixa-se sentir o toque
da felpuda lã ao cachecol de Inverno e partiste
ao último raiar da nocturna eterna.

Porque agora,
ao passar o meu dedo ferido por cada trajecto que fizemos
é como se o último fôlego de vida de súbito me largasse
e o ar escasseia-se aos meus lábios pelas salgadas lágrimas
que o humedecem como uma chuva de Verão rega os prados de vida.

É o sentido de te perder que me arrefece a mente
e me deixa solo, nas eternas questões sem resposta de quem ama
quem não ama.
Porque contigo foi a primeira viagem ao cume do mundo,
olhando a foz do eterno rio salgado
ao brilho encerado do sol de fim de tarde
que testemunha a intimidade perdida de creança que teimaste em perder.

Salgado rio que me conhece a vida melhor que ninguém
porque, vejo agora, testemunhas-te toda uma.
Se, em tempos bradariam por ruas fora a lançarem-se-te,
a mim foste o passivo espectador que observa todo um palco de infames
desventuras banais que a todo imponente lhe parece.

Ao último crepúsculo olho aos amarelos que ainda
me recordam e, à noite, ao ouvir a maré-alta quebrar-se ao entrar o porto,
fecho os olhos e sinto as memórias acariciarem-me o rosto
nas esperança que a brisa de seda as leve da mente.

Maxwell R. Black
April 18, 2010
09.58pm

3 comments:

  1. Os dois últimos versos... :)

    Tu sabes...

    Beijinho,

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  2. Izzie: Tu agora estas n'outra fase, bem sei :)

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  3. Tou nada...
    Tou a ver se a "chamo", só isso :p

    Beijinho,

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