July 15, 2013

Improviso.

Um beijo, um sonho
uma verdade escondida
um dito por não dito
Um sentimento descrito.

Um oculto segredo
ou uma vontade de certo
simples palavras ao vento
um vento gelido, deserto

palavras que não me dizes
tempo que te dou
sem verdade não me olhas
sentimento que voo.

Sinto-te quando não estás. Mas creio que me escondes a verdadeira razão do Tempo.


Maxwell R. Black
Julho 14, 2013

July 01, 2013

Untitled

No que toca à vivência dos povos e, particularmente, na sociedade ocidental civilizada, as particularidades e dicotomias não deixam de ser sem um traço de ironia. Se, a dado momento é-se o topo de algo, um Director de uma cadeia, o melhor empregado da empresa, o namorado perfeito com quem se faz planos para a vida, no momento seguinte cai-se do topo. Somos comidos por uma total insensibilidade que os agentes e as próprias pessoas demonstram umas para as outras. Ao mesmo tempo, porém, revéstem-se de uma total pureza e talha dourada capaz de enganar o incauto que se deixa seduzir pelo brilho da possibilidade de ver reconhecido o seu esforço de vida e suor dados.
É a todo o ritmo incutido pela pretensa modernidade atribuída a razão destes fenómenos que proliferam quando, a realidade demonstra que a racionalização pensada é apenas o encobrimento de uma necessidade intrínseca que o indivíduo tem de ser egoísta. Essa é a verdadeira norma social e transversal que desafia todo e qualquer sistema actual de pacto social. Utópica e ingenuamente pensou-se que este factor natural pudesse ser corrigido de modo a tornar a co-habitação possível. Nenhum sistema idealizado foi capaz de o realizar e o vigente limita-se a ignorar o óbvio, fazendo uma pretensa apologia de que cada indivíduo é único e livre, dando a outra face ao problema imperativo da total irresponsabilidade e, até desresponsabilidade dos actos próprios.
Parece, portanto, lógico concluir que o único facto que realmente une cada indivíduo ao seu semelhante é, apenas e só o ódio que este tem a si próprio.