October 18, 2009

Perdida ela em teu rosto.

A ultima prenda que deste foi uma melodia
tocada por outrem mas que me encheu a vida e a alma.
Hoje e, por uma só noite choro.
A partida de ti, do que passado foi
e de uma unívoca amizade mais forte
que qualquer palavra ou sentimento ou pensamento.

Hoje, digo-te adeus.
Deixo-te apenas partir como é de mim;
deixo-te navegar ao sentido que te guia
não mais em meu rumo.
Deixar-te-ei livre dos meus lamentos de vagueador
e da pedra que te sou: que sou.

Respira a liberdade trazida à brisa
do que te fez crescer sem quereres.
Sente agora a vida que te faltava, o sentimento que
tanto adoraste em creança e que agora te finalmente chega.
Não deixes de olhar nunca em frente,
no que há-de; em quém hás-de.

Agora ,e, por uma única vez te digo e levanto
o peso do passado de que te livraste faz muito.
As palavras que nunca ouvirás de mim,
os pensamentos que eu nunca terei para ti, enquanto Ser.
A racionalização tão inocente de encarar a realidade e fazer o que deve ser feito.

Não. Não correrei.
Porque não precisas. Nunca correrei eu.
Porque não preciso.
Voarei apenas em mim próprio com o sentimento a que me dou
porque, aqui, de nada vale.
Para cá, onde o azul torna a castanho de lodo;
e a ponte, ao longe, jamais responderá aos chamos dos innocentes,
Deixo-te, navegante das ondas do tempo,
na bahia dos lobos, para que não mais olharei.

Agora, de volta eu n’um não ser que sobrevivo,
Pego no meu desagrado e torno-o em obrigação;
Algo que não te inclui.
Perdoa-me por te desacreditar e te querer tão como nunca.

Maxwell Black
October 18, 2009
03.33am

4 comments:

  1. Um belo poema escrito em português...
    Abraço.

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  2. Pinguim:
    Sim, um em português por estas bandas é raro. Este estava para ser escripto há bastante tempo mas tem estado em espera. Não sahiu muito bom mas prompto, é mais uma aspiração a algo melhor. ;)

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  3. Não saiu bem... pois não... saiu muito bem :)
    A sério... sem falsas "amizades".
    Como sempre... e é hábito em nós... partilho a ambiência, a ideia... só não partilho as últimas palavras do
    ultimo verso... já passei essa "fase".
    É bom ter-te de volta.

    Beijinho,

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